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TOI GALVÃO
( Portugal )
Pintor e poeta, António (Toi) Galvão; nome completo: Antonio José Moita Galvão. Nasceu em Moura, em 1945. Pintor Mourense, Alentejano, falecido a 31 Março de 2015.
MÁKUA ANTOLOGIA POÉTICA 2. Sá da Bandeira, Angola: Publicações Imbodeiro, 1963. 61 p. Ex. bibl. Antonio Miranda
HOMEM-DEUS
1
nos vazios do cartaz da morte
a grande sala dos vivos
era a criança lambendo os
pontos finais do princípio
incoerente
só o mundo tinha vontade
recalcada pelo templo
A VOZ
A VOZ
a voz
NAVE PRECOCE EM ALGA PETRIFICADA
2
o braço suou, retirada
de milhões de mitos
contendo a matéria
já era o universo bloqueado na dimensão
da fome-filosófica
a verdade
bebendo-se a verdade
TUDO ESTAVA EM VÉRTICE EM
DEUS EM ENCONTRAR-SE O HOMEM
*
MINHA LIBERDADE DOS OUTROS
Soerguendo-me da algema à paz vermelha marca
[imperfeita um sentido morto
ditado das horas longas nas asas curtas sem
aeroporto a minha lei
(TODA UMA CIVILIZAÇÃO À LEI DOS MESTRES
[DIVINDADES DO ESBOÇO)
Soerguendo-me
preso na outra parte interior da palavra sonda dos
[traços cívicos
arrebatando os que amam a circunstância livre e
[ocultam o peito
tenho as mãos divididas na ejaculação dum discurso
parte dispersa do corpo na guerra.
*
CÂNTICO SEM LEI
Desculpas de infinito — a terra o homem a
[omnipotência
para aqui deste lado do poeta certeza de infinito:
AS CONFERÊNCIAS DE PAZ DE GUERRA SEM
ORADORES
ARRE!! ARRE! !
a terra que não sabe amar a terra
o homem que odeia o homem
a omnipotência que se impõe omnipotência
só deste lado a distância das pálpebras abertas
[numa cela
feita de realidade arranhando o horizonte roendo
[os ossos
das madrugadas
só deste lado os olhos não têm venda
SABE-SE ESCOLHER O REINO DAS ILUSÕES
*
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Página publicada em janeiro de 2022
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